segunda-feira, 22 de junho de 2009

A obra de Arte na era de sua Reprodutibilidade Técnica

Está claro, que na antiguidade, as obras de arte eram valiosas pela sua pureza, mas não tinham um sentido comercial; as obras de arte de faz pó prazer e não com caráter econômico. Nos últimos anos, as obras de arte têm caráter reprodutivo, donde o importante é conseguir benefícios de qualquer forma, então isso implica que os artistas devem criar o que os compradores demandam.
Durante muitos anos, o artista protestou contra a escala de valores que a burguesia lhe oferecia, refugiando-se em sua individualidade criadora. Mas, em seu afã de negar esta realidade, o artista negou também a necessidade de refleti-la e modificá-la. Exaltou uma subjetividade radical com a finalidade de se defender da pressão da realidade burguesa. Mas também é certo que se precisam fundos econômicos e isso é necessário garanti-lo.
Descreve-se o mundo humano, no qual pesa cada vez mais o econômico e o social, valorizando-se os fatos. O realismo adota um acento crítico com relação á realidade social na qual o poder do dinheiro passou a primeiro plano. Já não tem tanto valor que o artista mostre as suas habilidades e sensibilidade no que desenha, porque quem tem o poder “manda” e quem precisa dinheiro é o “mandado” a obedecer e realizar o que lhe pedem.
Assim como relata Benjamin no seu texto: “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”, os gregos produziam obras eternas, e devido a esta circunstancia têm o lugar privilegiado na historia da arte e sua capacidade de marcar toda a evolução artística posterior, e não há dúvida de que esse ponto de vista se encontra no pólo oposto do nosso.
Aqui volvo fazer menção a Benjamin, porque ele fala no texto que a forma mais primitiva de inserção da obra de arte no contexto da tradição se exprimia no culto. As mais antigas obras de arte surgiram a serviço de um ritual, inicialmente mágico, e depois religioso.
A obra artística se considera a margem de todo interesse utilitário estreito, o trabalho do artista é produtivo, mas não num sentido material e sim ideológico ou espiritual. Ainda que o artista trabalhe diretamente para a Igreja, variam as formas da relação entre o produtor e o consumidor, sem que se modifique o caráter essencial da criação artística, que é considerada na Idade Média como produção espiritual e, portanto, alheia à produção material.
No futuro, a Igreja perde seu caráter de cliente quase exclusivo, a clientela artística se encontra também entre os municípios e as cortes, e, na Alta Idade Media, com os primeiros rebentos de burguesia urbana, aparecem pela primeira vez os clientes individuais. A produção e o consumo se acham numa relação direta, não há intermediários.
Benjamin comenta no seu texto, que no interior de grandes períodos históricos, a forma de percepção das coletividades humanas se transforma ao mesmo tempo que seu modo de existência. O modo pelo qual se organiza a percepção humana, o meio em que ela se dá, não é apenas condicionado naturalmente, mas também historicamente. Com isto quero dizer que o valor das obras de arte sempre vai depender da época histórica.

Finalmente eu gostaria de dizer, que devido ao capitalismo e aos interesses econômicos, os grandes artistas se vem limitados a criar para uma sociedade burguesa que não vai pagar por uma obra de arte original valorando a sua importância, senão que vai pagar por ter “Arte” sem apreciar a valia da produção. Por isso se faz obras de arte para a reprodutibilidade donde os benefícios sejam maiores, e isto implica comercializar as obras de arte sem ter presente o valor real da obra.

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